domingo, 7 de julho de 2013

In Memoriam

Se bem me lembro

Bem

Já não sei se o que trago
São memórias
Ou só mera ilusão

E trago o tabaco
Na esperança de que
Volte

Minhas lembranças
Pregam peça
Mas não deixo que isso impeça
De entender
O que passou

E trago o tabaco
Na esperança de
Que volte

Sentindo
Ressentindo
Revivendo
O que não
Vi

E não há luz
No fim do túnel
Cadê?

Se bem me lembro

Esquece

Não sei se me fiar nessas
Memórias
É obra da razão

E engulo um gole
Na esperança
Que não volte

Minhas lembranças
Turvam
A realidade
Acho que pelo
Fim

E engulo um gole
Na esperança
Que não volte

Sentindo
Ressentindo
Revivendo
O que não
Vi



Não vi
Pois esqueci
O quanto
Vivi

E não há luz
No fim do túnel
Cadê?
E na luz no fim do túnel
Você?

sábado, 1 de junho de 2013

Tangos e Rapel



Por que será que às vezes o amor precisa doer? Quando não é bom, ainda é amor? A gente fica nessa coisa sem saber pra onde ser e vai indo entre flores e cantos; entre almofadas e construções; tangos e rapel. A gente não se percebe rachando, rompendo, queimando. A gente persiste até o deixar de ser e o deixar de ser é tão agora, é tão já estava; já somos o era. Assim, entre a luz e som, já sou pretérito imperfeito.

Rita Silva

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Comecei agora a fazer algo que já queria há um tempo: publicar aqui textos de amigos meus. Esse aí de cima, por exemplo, é da grande amiga Rita Silva, que tem mais coisa no http://umadasmocas.blogspot.com.br/. Confere mais coisa dela lá.

Se você também escreve poesia, crônica, ou o que quer que seja, manda pro e-mail ocaiocabral@gmail.com . Que esse seja, também, um espaço de trocas.

Abraços e beijos respectivos
Caio Cabral

domingo, 19 de maio de 2013

Legado


Se no fim suas escolhas são
Erradas
Tenho pra mim
A tradição vai te apontar

Como eles ousam
Opinar nessa jangada?
Estamos à deriva
Ninguém pode
Nos julgar

Tenho certeza
                                                                                                      Lá do outro lado
Todo o tempo vão falar                                                                 
                                                                                                     Você está agindo
                                                                                                      Errado
                                                    Será que vale escutar?

E sempre indagado
Se é esse o caminho a se escolher
É difícil explicar
Mas escolhi

Não volto atrás

Recolho o que vivo
Vivo recolhido
I
m
e
r
s
o
Imenso
O mundo
Penso

Minha experiência
Vai me guiar

Se no fim suas escolhas são
ErrantesErradas
Amigo
Arrepender não faz (voltar)

Estando perdido
Em estrada nunca trilhada
O engano é parte do caminho

Se orgulhe de errar
Com uma bússola quebrada
Por desconhecido mar
Essa é só tua jornada
O risco é não arriscar

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Hoje


É daqueles dias
Em que eu acenderia um cigarro
Olharia pela janela
Vazio

A minhas costas
Empurrando incessantes, impacientes
Uma série de obrigações desimportantes
Urgem

Dentro de mim
Lembranças do passado
Sentimentos do presente
Rugem

A minha frente
Página em branco
Tufão de expectativas, planos, projetos, ideias, ambição humilde
Serena

Hoje é daqueles dias
Em que antes do fim do anterior
Acenderia um cigarro
De saco
Cheio

domingo, 31 de março de 2013

Elegia a


                   é minha frustração como escritor
Sobre                       nenhum verso
Nenhuma música
Nenhum guardanapo rabiscado

O vazio dos
É o vazio do
Que é o vazio da